Durante toda a minha vida eu fui ensinada a escolher apenas um caminho. Acredito que com você deva ser igual. Nós estamos acostumados a segregar nossos interesses e aprendermos a ser, profissionalmente falando, de apenas uma área. Nos deparamos com isso desde pequenos e, com o tempo, nos acostumamos com esta ideia.
Se, por exemplo, eu for para saúde, deveria desistir das artes. Se eu for para as artes, deveria desistir das ciências ou dos esportes. E, para alguns, esse modelo é válido. Entretanto, para mim, nunca foi. Não estou falando de fazer mil coisas ao mesmo tempo e nos sobrecarregar. Estou falando sobre abraçar as mil versões de si mesmo e dar a elas tempo durante a vida para que nossos interesses distintos se conectem e fluam, resultando em um “eu” mais completo.
A realidade é que, por mais que tentemos separar, tudo é conexão. Tudo em nossa vida tem alguma relação, mesmo que, a princípio, não pareça. E o melhor de aprendermos a interligar nossos interesses aparentemente distintos, é não podarmos nosso poder criativo.
Para quem me conhece há um tempo sabe muito bem que eu acabei fazendo duas graduações no mesmo momento: Ciências Biológicas e Letras-Inglês. Apesar do meu desenvolvimento maior ser na primeira, não pude deixar o meu lado da escrita de fora. Para alguns, se olharem o meu currículo, verão diversas áreas de habilidade, que, sem um olhar apurado, podem parecer ser nexo, mas são o que me diferencia como profissional e como a pessoa que sou hoje.
Se eu não tivesse o conhecimento na escrita, não teria este blog que me ajuda tanto mentalmente e, mais que isso, não teria facilidade em escrever meu TCC em Ciências Biológicas e, agora, minha dissertação em Geociências. Todo o conhecimento que adquirimos, contribui de alguma forma, para o profissional que nos tornamos.
Mas vamos falar sobre como conectar esses interesses! Por exemplo, eu estou conectando a ciência à escrita e, em breve, este blog não trará apenas autoconhecimento, mas uma gama de informações geocientíficas para quem sentir curiosidade em conhecer. Digamos que, no futuro, eu escreva um livro, como o clássico “Viagem ao Centro da Terra” de Julio Verne. Este é um livro comum na literatura, mas abrange vários conceitos geológicos. É um verdadeiro exemplo de uma pessoa que conectou sua vontade de escrever e seu conhecimento em pesquisa.
Atualmente eu estou estudando programação Python. E, com isso, entro em outra área de meu interesse: codificar. À princípio, ela pode não ter relação com as outras duas, mas se eu forçar um pouco a mente, posso criar um post escrito sobre o Python aplicado à minha dissertação geocientífica, ou até mesmo, um livro.
Antigamente, como existia poucas descobertas, uma única pessoa era biólogo, geólogo, arquiteto, artista e uma gama de outras personalidades. Atualmente, procuramos cada vez nos encaixar em uma só, ignorando o quão plurais nós somos.
A questão aqui é que nichar tudo em sua vida pode podar você e te ensinar a ser tudo o que já existe, em vez de tudo o que pode existir. Se ainda não há uma conexão prática de seus interesses, crie uma! Mas sempre tenha em mente que isso não é uma obrigação, é uma decisão. Uma decisão para quem não se encaixa em um modelo único como eu!
Caso queira trabalhar a sua mente para isso, tem um pequeno exercício gratuito que você pode baixar no link da bio do meu Instagram!
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