Pense em uma pessoa sonhadora, do tipo que ama fazer listas do que quer, que é ambiciosa e que, por vezes, se perde em tantos desejos de vida. Essa pessoa é, provavelmente, bem parecida comigo. Quero viajar pelo mundo, morar fora do país e andar sem rumo, mas também quero uma casa própria na minha cidade, um carro e um emprego que eu goste. Se vocês leram meu primeiro artigo, sabem que eu me considero uma pessoa multipotencial, alguém que se interessa por várias coisas. Acho até natural isso se estender não só para o âmbito profissional, mas também para o pessoal. Assim, eu tenho sonhos diversos. Entretanto, como boa capricorniana que sou, sempre vejo o que desejo como metas e teço planejamentos até alcançá-las.

Bom, isso não é um problema. Na verdade é algo ótimo. O que eu quero eu vou conseguir. E acredito nisso fielmente. Costumavam me dizer, inclusive, que eu tinha que colocar os pés no chão, porque muitas coisas complexas eram vistas por mim de forma prática e rápida de serem resolvidas ou conseguidas. Afinal, a vida não é assim. Mas será mesmo? Será mesmo que a vida tem que ser uma caixinha fechada de estudo, emprego e casamento? Será mesmo que a gente tem que lutar tanto para conseguir o que queremos? Isso é a vida ou um programa de UFC?
Não me leve a mal, muitas coisas são difíceis de se conseguir, precisam de esforço e persistência. E se as quisermos, precisamos sim termos determinação. Mas isso não significa de nenhuma forma que devemos ser levados pela maré, esperando até o dia que ela deixe a gente na praia sãos e salvos, prontos para a vida que queremos. Vivermos em lugares que não gostamos, empregos que odiamos e com pessoas que não nos fazem bem apenas esperando o momento em que tudo vai melhorar é um desperdício. Uma coisa é fazermos algo difícil apenas como um meio para o que queremos, mas viver disso, como se fosse toda a sua vida é cruel.
Uma das músicas que eu mais gosto é Epitáfio de Titãs. Sempre que me sinto parada no tempo, eu a coloco para tocar. É uma música que constantemente me lembra que eu devo viver da forma que desejo, porque eu jamais quero envelhecer e ser igual ao personagem da canção, cheio de vontades e arrependimentos. Cheio de “devia ter feito isso” em vez de “ainda me lembro daquela vez”.
Muitas pessoas acham que nadar contra a maré é muito difícil. Se todos estão indo para aquele lado, é complicado ir para o outro. Eu entendo totalmente esse pensamento. Já o tive diversas vezes. Mas acho que viver uma vida que não se quer é bem pior. É quase insano pensar que esperamos para viver o que desejamos enquanto a nossa vida em si, simplesmente passa. Se queremos um emprego melhor, porque não começarmos a procurar ou nos aperfeiçoarmos para conseguir uma vaga melhor? Se queremos viajar, porque não começamos a planejar, a investir? Porque ficamos esperando o emprego ideal aparecer para que a gente consiga conhecer novos lugares? Porque não encontrarmos o emprego certo em vez de esperar que ele nos encontre? Se queremos acordar cedo para nos exercitar, porque não apenas colocamos um alarme, em vez de sempre prometermos a nós mesmos que vamos começar na semana seguinte ou quando não tivermos tanto sono?

Pensar dessa maneira, com você sendo protagonista da sua própria vida é uma ilusão ou uma determinação? É viver muito no mundo da lua acreditar que você pode fazer seus sonhos acontecerem? O que você acha? Não estou me atendo a questões sociais e culturais que muitas vezes não temos controle, mas a ações de planejamento e atitudes que podemos desempenhar. Se você quer comprar uma mansão um dia, você espera ganhar na loteria ou planeja seu dinheiro para conseguir daqui a uns anos? Você está vivendo da maneira que quer com o que tem ou está esperando uma vida nova com o que não tem?
Para mim, a vida é um amontoado de decisões. Algumas das quais não temos controle. Mas outras são escolhas que estão ali prontas para serem tomadas, resta darmos o primeiro passo! E então, você leva a vida ou é ela que te leva?
Amei muitooo
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